• Seu negócio
  • 30.01.2024
  • Por Christine Salomão

Qual é o seu negócio?

Qual é o seu negócio? Essa é umas das perguntas mais importantes que precisamos responder atualmente se queremos empreender no mundo digital. O ex-professor da Harvard Bussiness School, Theodore Levitt, tratou do tema em seu artigo Miopia em Marketing – escrito em 1960 –  e até hoje seus ensinamentos servem de inspiração para entendermos o que os consumidores desejam ou procuram.

Segundo Levitt, “as pessoas não querem uma broca de um quarto de polegada. Elas querem um furo de um quarto de polegada”. Ou seja, o consumidor quer prender, por exemplo, seu quadro na parede e se ele vai usar uma furadeira ou outro meio para fazer isso pouco importa. Certamente ele vai procurar sempre uma forma mais eficaz para atingir seu objetivo.

Por isso, Levitt dizia para as empresas mudarem seu foco “de um modelo orientado para a produção, para um modelo orientado para o consumidor”. Isso as fariam entender o que os consumidores estavam buscando. E identificar as necessidades ou os desejos dos clientes nos fazem despontar no mundo dos negócios e dificilmente nos tornaremos obsoletos.

O setor de atividade do seu negócio é importante?

“Todo setor de atividade importante já foi em alguma ocasião um setor de rápida expansão. Alguns setores que agora atravessam uma onda de entusiasmo expansionista estão, contudo, sob a ameaça da decadência. Outros, tidos como setores de rápida expansão em fase de amadurecimento, na realidade pararam de crescer. Em todos os casos, a razão pela qual o desenvolvimento é ameaçado, retardado ou detido não é porque o mercado está saturado. É porque houve uma falha administrativa”, afirma Levitt em seu artigo Miopia em Marketing – publicado na Harvard Business Review – a mais importante revista de economia, gestão e negócios do mundo.

As estradas de ferro, por exemplo, citadas pelo professor no artigo, tinham um grande potencial de crescimento no passado, mas entraram em declínio por não terem propósito. As ferrovias enfrentaram grandes dificuldades, explica Levitt, “não porque essa necessidade passou a ser atendida por outros (automóveis, caminhões, aviões e até telefones), mas sim porque não foi atendida pelas próprias estradas de ferro. Elas deixaram que outros lhe tirassem seus clientes, por se considerarem empresas ferroviárias, em vez de companhias de transporte”.

Outro exemplo citado pelo professor foi Hollywood, que por pouco não foi totalmente arrasada pela televisão: “Todas as antigas empresas cinematográficas tiveram que passar por drástica reorganização. Algumas simplesmente desapareceram. Todas ficaram em dificuldades não por causa da invasão da TV, mas devido à sua própria miopia”.

Como no caso das ferrovias, acrescenta Levitt, “Hollyood não soube definir corretamente seu ramo de negócio. Julgava estar no setor cinematográfico, quando na realidade seu setor era o de entretenimento. “Cinema” implicava um produto específico, limitado. Isto produzia uma satisfação ilusória, que desde o início levou os produtores de filmes a encarar a televisão como uma ameaça. Hollywood desdenhou da televisão e rejeitou-a, quando deveria tê-la acolhido com agrado, como uma nova oportunidade de expandir o setor do entretenimento”.

Enfim, o artigo de Levitt é mais atual do que nunca por mostrar que todo setor de atividade será impactado por novas tecnologias, mesmo os de suma importância nos dias de hoje. Principalmente com os avanços do mundo digital que, de alguns anos para cá, tem a Inteligência Artificial como sua aliada. E se você não souber qual é realmente o seu negócio e não tiver uma estratégia de marketing bem definida, outras empresas – que pensam fora da caixa – se mostrarão muito mais eficazes para atender às necessidades de seus clientes – e isso a curto ou médio prazos.

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